O sector brasileiro da cosmética foi afetado pelo abrandamento da economia brasileira em 2015. Após mais de duas décadas de crescimento a dois dígitos, as vendas da indústria da beleza totalizaram 42,7 mil milhões de reais (cerca de 10 mil milhões de euros), menos 6 % do que em 2014.
No entanto, o Brasil continua a ser o 3.e mercado mundial de produtos de beleza e higiene, atrás da China e dos Estados Unidos.
Ao mesmo tempo, os fabricantes locais de cosméticos continuam a apostar no lançamento de novos produtos inovadores para contornar a crise, procurando trazer benefícios reais e novidades para os consumidores, motivando-os a comprar. O potencial de crescimento do sector continua a ser positivo graças ao grande volume de consumidores potenciais, o que representa uma excelente perspetiva para os fabricantes franceses de embalagens de luxo e de ingredientes inovadores (sectores ainda pouco desenvolvidos no Brasil).
O Brasil é o primeiro consumidor mundial de desodorizantes, perfumes e produtos para crianças; o segundo em produtos para homens, higiene oral, cuidados com o cabelo, cuidados com o sol e produtos para o banho; o terceiro em maquilhagem; o quarto em produtos para a pele; e o quinto em produtos depilatórios.
O sector tem ainda uma grande margem de desenvolvimento, tendo em conta, nomeadamente, a fraca taxa de penetração relativa de certos produtos, o envelhecimento da população e as mudanças culturais.
A indústria nacional está muito desenvolvida. Existem 1.659 empresas no setor de perfumes, cosméticos e higiene pessoal. No entanto, 20 dessas empresas respondem sozinhas por 73 % do volume de vendas do setor, com faturamento superior a R$ 100 milhões. Grandes grupos locais e internacionais dividem o mercado. Entre os mais importantes estão as multinacionais Avon, Coty, Colgate-Palmolive, Johnson & Johnson, Procter & Gamble, Unilever e L'Oréal, além das brasileiras Natura SA e O Boticário.
Num clima económico difícil, e confrontado com uma forte concorrência local, o sector procura agora intensificar os seus lançamentos de produtos inovadores e acessíveis.
Os importadores e distribuidores de matérias-primas para a indústria cosmética local estão empenhados em responder a esta procura de inovação constante, procurando nos mercados internacionais embalagens e ingredientes que satisfaçam as exigências dos consumidores. Os segmentos seguintes são particularmente dinâmicos:
- agentes transformadores contidos nos produtos capilares: ingredientes utilizados para modificar a natureza do cabelo ou para o reparar o mais rapidamente possível;
- modificadores sensoriais que podem oferecer: novas texturas, uma melhor taxa de penetração nas camadas celulares (para a hidratação da pele), uma melhor luminosidade da pele, uma fragrância agradável;
- ingredientes únicos capazes de se combinar e de proporcionar os maiores benefícios possíveis;
- ingredientes especializados para peles negras com características particulares (normais a oleosas e muito sensíveis);
- novas moléculas para produtos de proteção solar.
É importante ressaltar que o acesso ao mercado brasileiro de ingredientes cosméticos é relativamente simplificado do ponto de vista regulatório; a grande maioria dos ingredientes cosméticos, por exemplo, não precisa de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Os produtos cosméticos acabados, por outro lado, estão sujeitos a uma legislação muito mais rígida e restritiva.
Para os fabricantes de matérias-primas que pretendem explorar o mercado, a In-Cosmetics Brasil (realizada de 5 a 6 de outubro de 2016 em São Paulo) é um evento imperdível. A feira reúne mais de 200 expositores de matérias-primas, fragrâncias, equipamentos de laboratório e soluções de teste e regulamentação e cerca de 3.000 fabricantes de cosméticos de toda a América Latina.
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Pelo terceiro ano consecutivo, a Business France organiza um pavilhão francês no evento.
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